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Verbo Encarnado, Amor Personificado

Deus viu a humanidade em seu estado de pecado,

Eternamente em miséria e condenado,

Embora o homem se rebelasse contra Deus,

Soberanamente por amor, Ele resgataria os Seus.

===//===

E pelo fato de tanto tê-los amado,

O Verbo que se fez carne foi espancado, zombado, torturado,

Humilhado, ignorado, rejeitado, açoitado,

E sem abrir a boca, ainda por amor, morreu crucificado.

===//===

Seria ele então na morte abandonado?

De modo algum seu plano redentor havia sido frustrado,

Pois ao terceiro dia, ele foi ressuscitado!

===//===

Quem confia nisso será, inocentado,

Porque o resgate por sua vida certamente já foi pago,

===//===

E então daremos graças por Ele ter nos resgatado,

E por Ele viveremos, estando sempre ao Seu lado!

 

Porque é tão difícil confiar naquele que morreu em seu lugar?

Alguém que você conhece morreria por você, HOJE, como Jesus morreu?



Provas contra a Imortalidade da Alma Refutado - AT
Provas contra a Imortalidade da Alma Refutado - AT

206 Provas contra a Imortalidade da Alma no Antigo testamento – Refutado!

Olá caro leitor!

No site do Sr. Lucas Banzoli (o mesmo que ensina que Jesus encarnado não era plenamente Deus - ver artigo aqui),  encontra-se um artigo intitulado 206 PROVAS CONTRA A IMORTALIDADE DA ALMA (http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1086177388), onde ele se propõe a fornecer 206 provas contidas na Bíblia a fim de “desmentir” a “lenda” da imortalidade da alma. Mas, será que a imortalidade da alma é realmente uma “lenda”?

Recomento fortemente a leitura do artigo intilulado REFUTAÇÃO DO SONO E DA MORTE DA ALMA aqui antes de dar continuidade com a leitura do presente artigo. Será extremamente importante se o leitor dizer isso para que logo aqui, no começo, o leitor já tenha a certeza de que as supostas "provas" contra a imortalidade da alma não passam de engano vindo da parte do Sr. Lucas Banzoli e dos Adventistas do Sétimo Dia.

Sendo assim, eu me propus a refutar esse artigo dele. Desculpe-me pelo tamanho que essa refutação alcançou, mas acredito que para o leitor mais interessado em saber como os mortalistas distorcem versículos bíblicos com o único propósito de provar seus pontos de vista, bem como conhecer as passagens que são usadas por eles para esse fim, esse será um material bem rico, graças ao Senhor, a quem seja a honra, a glória e o louvor para todo o sempre!

Primeiramente, eu gostaria de explicar como se dará a refutação. Ela se dará em duas partes. A primeira, levando em consideração os 85 argumentos levantados por Lucas Banzoli no Antigo Testamento (AT), e a segunda parte, consistindo dos outros 121 argumentos encontrados no Novo Testamento (NT) por Lucas.

Para estar primeira parte, considerando o AT, irei fazer uma separação considerando os livros bíblicos separados um do outro. Primeiro, alistarei todos os argumentos (versículos) citados por Lucas Banzoli dentro de um determinado livro da bíblia usados para provar a “lenda da imortalidade da alma” e, depois, farei a devida refutação.

Sem mais delongas, vamos ao trabalho.

Comecemos, então, pelo livro de Eclesiastes.

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

1

Os mortos não estão cônscios de coisa nenhuma

Eclesiastes 9:5

2

Um cachorro vivo vale mais do que um leão morto

Eclesiastes 9:4

3

No “além” [Sheol] não há sabedoria [khok-maw']

Eclesiastes 9:10

4

No “além” [Sheol] não há conhecimento [dah'-ath]

Eclesiastes 9:10

5

No “além” [Sheol] não há inteligência [khok-maw']

Eclesiastes 9:10

6

No “além” [Sheol] não há dispositivo de razão [khesh-bone']

Eclesiastes 9:10

7

Apenas os vivos [os que estão “debaixo do sol”] estão com vida

Eclesiastes 4:2

8

A vantagem dos homens sobre os animais é nenhuma

Eclesiastes 3:19

9

O destino de bons e de ímpios é o mesmo depois da morte

Eclesiastes 2:14,15

10

O destino dos homens e dos animais é o mesmo depois da morte

Eclesiastes 3:20

12

O fôlego de vida dos homens é o mesmo dos animais e não há diferença entre eles

Eclesiastes 3:19

13

O espírito de toda a carne [justos e ímpios] volta para Deus por ocasião da morte

Eclesiastes 12:7

14

A memória dos mortos jaz no esquecimento

Eclesiastes 9:5

15

Sentimentos como amor, ódio e inveja já pereceram para os mortos

Eclesiastes 9:4

62

O processo que ocorre aos homens é o mesmo processo que sucede com os animais na morte

Eclesiastes 3:19,20

64

Tanto homens como animais expiram o espírito-ruach na morte

Eclesiastes 12:7

 

 

 

Vejamos algumas das conclusões a que Lucas chegou com base nesses versículos:

  1. Não há consciência, sabedoria, conhecimento, memória, razão, inteligência, sentimento após a morte;

  2. Homens e animais são a mesma coisa;

  3. Bons e maus vão para o mesmo lugar quando morrem;

Sobre esses três pontos, que resumem a conclusão de Lucas sobre a imortalidade da alma no livro de Eclesiastes eu gostaria de discorrer, refutando tais argumentos. Mas antes, eu gostaria de fazer uma afirmação:

Se existir uma só contradição entre dois versículos quaisquer nas Escrituras, não são elas que estão erradas, mas sim, a interpretação acerca de tais passagens. Neste ponto, eu gostaria de citar um versículo do livro de Eclesiastes, e um do novo Testamento, a fim de ilustrar meu argumento.

Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles.” (Ec 9.5)

É interessante notar que o Sr. Lucas citou esse versículo duas vezes (argumentos # 1 e 14), porém, esqueceu-se de destacar que para os mortos “não haverá mais recompensa”. Mas, será que é essa a realidade?

Por isso, temos o propósito de lhe agradar, quer estejamos no corpo, quer o deixemos. Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más.” (2Cor 5.9-10)

Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno.” (Dn 12.2)

Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.” (Jo 5.28-29)

Nesses três versículos, vemos claramente que existe sim uma recompensa para aqueles que já morreram, para os justos, e para os injustos, ao contrário daquilo que Ec 9.5 afirma. Existe aqui então uma contradição na Bíblia? De maneira alguma!

O que acontece aqui é que a revelação que o autor do livro de Eclesiastes (o rei Salomão) ainda não era uma revelação tão completa quanto tiveram pessoas que viveram depois dele. O conceito de “vida eterna”, por exemplo, aparece pela primeira vez definido assim no AT com o profeta Daniel (Dn 12.2).

Portanto, usar o livro de Eclesiastes para embasar uma perspectiva que estava limitada ao conhecimento do escritor da época sem considerar toda a revelação no NT é, no mínimo, um argumento bem tendencioso. É fato que o livro de Eclesiastes é inspirado, porém, nem tudo o que é descrito em forma narrativa pode, ou deve, ser considerado como norma nas Escrituras (ex., poligamia, incesto, assassinato etc.). Existem princípios revelados somente no NT que devem reger a interpretação correta do AT.

Posto isto, vejamos mais de perto os argumentos de Lucas no livro de Eclesiastes:

1 - Não há consciência, sabedoria, conhecimento, memória, razão, inteligência, sentimento após a morte.

Vimos, até agora, que o conhecimento acerca da “vida após a morte” que Salomão possuía era limitado, portanto, não podemos tomar suas observações acerca disto como “última palavra” sem considerar as revelações do NT.

2 - Homens e animais são a mesma coisa (Ec 3.19-20)

Em relação a isso, vejamos:

E disse Deus: "Produza a terra seres vivos de acordo com as suas espécies: rebanhos domésticos, animais selvagens e os demais seres vivos da terra, cada um de acordo com a sua espécie". E assim foi.” (Gn 1.24)

Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” (Gn 2.7)

Considerando esses dois versículos, temos as expressões “seres vivos” em Gn 1.24 e “alma vivente” em Gn 2.7. No hebraico, porém, lemos a expressão “chay nephesh” tanto para “seres vivos”, que designa todos os seres vivos com exceção do homem, criado somente em Gn 1.26, quanto para “alma vivente”, referindo-se especificamente ao homem.

Até aqui, com base somente na questão semântica (significado das palavras usadas) podemos de fato dizer que nada diferia o homem dos outros animais criados por Deus, porque ambos receberam a mesma designação (chay nephesh). Porém, vejamos o versículo Gn 1.26 por completo...

Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão".” (Gn 1.26)

Algo distinguia o homem dos animais, e esse algo era aquilo que o próprio Deus chamou de “sua imagem de semelhança”. Autoridade, razão, intelecto, sentimentos e vontade. Ou seja, tudo aquilo que caracteriza uma pessoa. Existe um elemento no homem que o torna diferente dos animais e que Deus colocou nele para que houvesse a possibilidade de comunicação entre Ele e Sua criação e isso aponta para algo imaterial, não físico, que veio da essência do próprio Deus para o homem e que não foi dado aos animais. Portanto, dizer que tanto homem como os animais são a mesma coisa, e são considerados por Deus como sendo a mesma coisa e tendo a mesma importância é, no mínimo, chamar a si próprio de animal irracional. Vemos na próprio Bíblia a maneira distinta como Deus trata o homem e os animais. Ele proíbe a morte do homem, mas permite a morte de animais no lugar do homem como sacrifício substitutivo. Ele se comunica, se relaciona com o homem e coloca nele Seu próprio Espírito, o que não acontece com os animais.

O que acontece, em Eclesiastes, é que, novamente, o autor olhava para a morte, tanto de animais quanto de homens, e não via diferença alguma entre elas, porque via que todos morriam e iam para a sepultura. Ele não tinha perspectiva alguma sobre o pós-morte.

O que acontece é uma extrema confusão com a tradução do termo “espírito” (ruach), que também pode ser traduzido por “fôlego” ou “sopro”. No argumento #64 de Lucas lemos “Tanto homens como animais expiram o espírito-ruach na morte”. Vejamos...

Em Ec 12.7 lemos:

O pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.”

Espírito, na tradução acima, é ruach. Quando traduzida por “fôlego”, essa palavra também é designada para os animais, que, de fato, também possuem em si o fôlego de vida (Gn 6.17), porém, ainda assim, não podemos nos esquecer da limitada compreensão que os autores do AT tinham e também da clara distinção entre animais e homens (criados à imagem e semelhança de Deus) e de seus destinos após a morte. É o contexto que deve determinar o sentido que a palavra assumirá, e não o contrário. Vejamos o estrago que esse método utilizado por Lucas Banzoli pode causar.

Se considerarmos que espírito é o mesmo que fôlego, como podemos ler o versículo abaixo?

Mas Moisés respondeu: "Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito/fôlego sobre eles! "” (Nm 11.29)

Vemos que se trocarmos a palavra Espírito por fôlego, entenderíamos que o povo do Senhor ainda não tinha sobre si o fôlego, ou seja, que ainda não eram vivos por não poderem respirar! Esse é o desastre teológico que se causa quando escolhemos, arbitrariamente, o significado da palavra sem considerar seu contexto como sendo determinante para a tradução da palavra. E o que dizer se considerarmos que o Espírito de Deus não passa do Fôlego de Deus? Onde fica a questão espiritual?

Ao afirmar sua crença no argumento #64, Lucas nos diz claramente que animais também têm espírito em si, isso porque ele considera a palavra ruach SEMPRE com o sentido de fôlego, sem considerar o contexto, como mostrei acima. Das duas uma: (1) ou ele transforma homens em animais, considerando ruach simplesmente como sendo fôlego de vida, ou (2) ele transforma animais em homens, criados à imagem e semelhança de Deus, por possuírem em si um espírito (ruach), que é a parte imaterial que nos distinguiria deles. Esse é o problema de generalizar o significado de uma palavra. Devemos entender cada palavra dentro de seu contexto, tanto em relação a homens quanto a animais, e dentro da revelação geral do NT.

Até aqui, para os que não creem na parte imaterial do homem, que exista à parte do corpo, isso é um mito, pois quando eles leem Gn 2.7, que diz que o homem é “alma vivente”, consideram que o homem é uma coisa só (pessoa=alma), que quando morre, não pode haver nada pertencente a ele que continue a existir à parte do corpo. A fórmula para os mortalistas é a seguinte:

Homem + fôlego de vida = alma vivente (chay nephesh)

Porém, vemos na bíblia que:

Animais + fôlego de vida = seres viventes (chay nephesh)

Nada os diferencia entre si. E se tiramos o elemento “fôlego de vida”, temos:

Homem – fôlego de vida = alma morta

É por isso que eles creem na morte da alma, porque SEMPRE entendem a alma como sendo o próprio corpo, sem considerar a parte imaterial que diferencia o homem dos animais e permite a comunicação e o relacionamento do homem com Deus.

A fórmula bíblica seria:

Homem + fôlego de vida = alma vivente (pessoa) + elemento imaterial/espiritual que só os homens têm

Quando tiramos o fôlego de vida, teremos...

Homem – fôlego de vida = alma morta (pessoa) + elemento imaterial/espiritual que só os homens têm

Ou seja, temos um corpo morto, porém, o elemento imaterial (espiritual) ainda continua a existir. A confusão toda está armada sobre o nome que se dá a essa “parte imaterial”. Alguns a chamam de alma, outros de espírito. Porém, a bíblia ora a considera de um jeito, ora de outro. Porém, uma coisa é certa: existe de fato uma parte imaterial no homem que, independente do nome que receba, permanece existindo após a morte do corpo. Sobre isso, trataremos mais à frente, mas espero que eu tenha conseguido ilustrar o pensamento dos mortalistas até aqui.

3 - Bons e maus vão para o mesmo lugar quando morrem.

Será mesmo que essa afirmação é compatível com a revelação do NT?

Na parábola do rico e de Lázaro (Lc 16.19-31) Jesus nos conta que cada um foi para um lugar diferente do outro, e que eles não podiam passar para onde o outro estava. Os que defendem o sono e a mortalidade da alma dirão que essa parábola é figurativa, e não retrata uma realidade da vida (já que quando o homem, que é uma alma em vez de possuir uma, morre, a alma morre junto com ele), mas nenhuma das parábolas que Jesus contou deixou de retratar uma realidade. O dicionário Almeida define uma parábola como sendo uma “história curta e, às vezes, comparação, baseada em fatos reais com o fim de ensinar lições de sabedoria, de moral ou de religião.” Para os mortalistas, somente essa parábola, que contradiz seus pontos de vista, não retrata uma realidade da vida. Assim fica fácil provar qualquer ponto de vista, não?

Novamente, se considerarmos que tanto bons quanto maus vão para o mesmo lugar quando morrem como sendo verdade absoluta teremos sérios problemas, pois sabemos que essa não é a realidade no NT.

Que ele fortaleça os seus corações para serem irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos... Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram.” (1Ts 3.13; 4.13-14)

Os versículos acima nos deixam clara uma coisa: quem morreu em Cristo está com Cristo, e voltará com Cristo na ocasião da ressurreição corporal para voltar a habitar em seus corpos glorificados que foram deixados por ocasião da morte. Essa é a ressurreição dos justos, a primeira ressurreição. Os injustos, ressuscitarão somente depois (Ap 20) para o desprezo eterno.

Portanto, fica claro que os que morreram em Cristo não vão para o mesmo lugar que os que morreram sem Cristo, como querem algumas pessoas. Essa poderia ser a mentalidade limitada do AT, que muito provavelmente se referia ao fato de tanto homens quanto animais irem para a cova, ou para o pó da terra, quando morriam, mas essa realidade se limita ao corpo, e não ao ser imaterial, que os animais não possuem. Porém, essa certamente não é a realidade revelada no NT. Tudo fica muito mais claro quando passamos a entender corretamente o significado da palavra “morte”, que é “separação” (Ec 12.7): morte espiritual significa estar separado de Deus (Mt 13.49-50; 25.41; Lc 16.26; Rm 9.3), e a segunda morte é estar separado de Deus para sempre (Ap 20.6,14). Morte física é a separação entre a parte física e a espiritual, material e imaterial (Tg 2.26; Mt 10.28). Esse é o conceito bíblico de morte. Entender a morte como o cessar de tudo não tem respaldo no NT.

Assim como “morte” significa estar “separado” do elemento que dá vida, que é Deus, “vida” significa estar unido a este elemento. Vida física significa estar ligado ao espírito, que dá vida ao corpo, e vida espiritual significa estar ligado a Deus, que é fonte de vida abundante. Vida eterna, é estar para sempre ligado a Deus desfrutando dEle, que é fonte de vida e de tudo aquilo que Ele proporciona. Vida vai muito além de “existir”. Animais existem, mas não desfrutam dessa “existência” como nós, e isso significa vida verdadeira. Vida, nas Escrituras, está muito mais relacionado à qualidade de existência do que como o existir propriamente dito (Jo 10.10).

É fato que Lv 17.11 nos diz que “a vida da carne é o sangue”, mas notemos que é dito que a vida “da carne” está no sangue, e não a vida do homem como uma pessoa (razão, emoção, vontade – parte imaterial, ou seja, o espírito). Uma pessoa que não possua um espírito para conceder a ela vida (qualidade), não passa de um animal que existe, vivo, porém, sem razão, intelecto, emoção ou vontade, ou seja, sem desfrutar da plena qualidade de sua existência. Será simplesmente um corpo vivo, e não é esta a VIDA que Deus designou para o homem, criado à Sua imagem e semelhança.

Para ilustrar... um boi é vivo, pois tem sangue em sua carne, porém ele não é VIVO no sentido de desfrutar da vida que Deus designou para o homem, sendo à Sua imagem e semelhança. Façamos o favor de não nos assemelharmos a um animal que vive por viver, e agradecer a Deus pelo fato de Ele ter nos criado para que pudéssemos nos relacionar com Ele e espelhar a Sua imagem através de nossas ações!

Conclusão: como vimos até aqui, Eclesiastes não prova nada contra a imortalidade da alma.

Passemos agora, para outro livro: Salmos

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

16

Na morte não há lembrança de Deus

Salmos 6:5

18

Na morte os homens não têm proveito nenhum para Deus

Salmos 30:9

19

Os mortos não pensam

Salmos 146:4

20

Os mortos estão numa terra de silêncio

Salmos 115:17

21

A alma vai para um lugar de silêncio

Salmos 94:17

24

Nós só veremos a Deus após a ressurreição

Salmos 17:15

27

Os mortos estão numa terra de esquecimento

Salmos 88:12

29

O homem é como os animais que perecem

Salmos 49:12

35

Os ímpios não possuirão uma eternidade, mas serão devorados, consumidos, eliminados, não existirão e serão exterminados

Salmos 21:9; 37:22; 37:9; 37:10; Provérbios 10:25

36

Os ímpios deixarão de existir e apenas os justos viverão para sempre

Salmos 104:35;

39

A alma repousa após a morte

Salmos 23:13

40

A alma também pode sofrer decomposição; contudo, é passível de ser resgatada [na ressurreição] para viver para sempre e não sofrer decomposição [na sepultura]

Salmos 49:8,9

44

Sheol não é uma “morada de espíritos”, mas sim uma figura da sepultura

Salmos 141:7

46

O Sheol é um lugar de silêncio

Salmos 115:17; 94:17

47

O Sheol é um lugar de escuridão (e não de “fogo”, o que remeteria a luminosidade)

Salmos 88:10-12

48

São os ossos (e não “espíritos”) que descem ao Sheol na morte

Salmos 141:7

49

Os mortos não vêem mais luz

Salmos 49:19

53

A consciência dos mortos é comparada com o pó da terra – ou seja, não há nenhuma

Salmos 30:9

54

Até as ovelhas vão para o Sheol na morte

Salmos 49:14

59

A estrutura dos homens é puramente o pó

Salmos 103:14

62

O processo que ocorre aos homens é o mesmo processo que sucede com os animais na morte

Salmos 104:29

63

Espírito significa “vida” e não um ser inteligente que sai do corpo na hora da morte

Salmos 104:29;

64

Tanto homens como animais expiram o espírito-ruach na morte

Salmos 104:29;

70

A alma emagrece

Salmos 106:15

72

A própria vida vai para a sepultura após a morte

Salmos 88:3

75

O homem é um ser mortal e não imortal

Salmos 56:4; 9:17

77

O homem retorna para o pó na morte

Salmos 103:14


Aqui temos várias conclusões:

  1. Na morte não há lembrança de Deus;

  2. Na morte os homens não têm proveito algum para Deus;

  3. Os mortos não pensam, e estão num lugar de silêncio, nem falam da fidelidade de Deus, nem há consciência;

  4. Só veremos a Deus após a ressurreição;

  5. O homem é como os animais;

  6. Os ímpios serão exterminados e não mais existirão;

  7. A alma repousa após a morte;

  8. A alma também pode sofrer decomposição e emagrece;

  9. Os mortos não veem mais a luz;

  10. Espírito significa “vida”, e não algo que sai do corpo após a morte;

  11. O homem é um ser mortal, e não imortal;

  12. O homem retorna para o pé quando morre;

Devemos ter muito cuidado com tais afirmações. Para as conclusões 1, 3 e 5, ver refutação sobre Eclesiastes. Quanto aos demais argumentos, vejamos:

2- Na morte os homens não têm proveito algum para Deus

O texto citado por Lucas é Salmo 30.9, que diz:

Se eu morrer, se eu descer à cova, que vantagem haverá? Acaso o pó te louvará? Proclamará a tua fidelidade?”

Nesse versículo não há base alguma para tirar a conclusão que é tirada. Trata-se de questionamentos feitos por Davi porque ele, não sabendo qual era a realidade após a morte, tinha por certo que a vida era o único momento em que poderia servir ao Senhor. Ele cria na ressurreição de certa forma, mas aqui, trata-se da perspectiva da vida após a morte. No Salmo 115.17-18 Davi diz “os mortos não louvam ao Senhor”. Esse, porém, não é um princípio que deve reger todo o concerto das Escrituras. Quando Jesus foi questionado sobre a ressurreição, Jesus disse que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, referindo-se a Abraão, a Isaque e a Jacó, que já haviam morrido há muito tempo, que ainda não haviam ressuscitado, porém, eles claramente estavam VIVOS apesar de seus corpos ainda estarem mortos (Mt 22.32)!

Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamavam em alta voz: "Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue? "” (Ap 6.9-10)

4 – Nós só veremos a Deus no tempo da ressurreição

Vejamos o Salmo 17.15, citado por Lucas Banzoli:

Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança.”

Novamente, Davi fala a respeito de si mesmo, e de sua perspectiva, e não de um princípio absoluto. Além do mais, ver a face de Deus significa ter um relacionamento íntimo com Ele, pois Deus não tem face, porque é Espírito (Jo 4.24), é invisível (1Tm 1.17) e ninguém pode ver a Deus (1Tm 6.16).

Vemos então, que é mais fácil provar pelo NT que existem mortos conscientes e conversando com Deus no céu do que provar que eles não fazem nada até chegar lá, porque se o NT contradiz o AT, isso significa que a o que é dito no AT não é a verdade ABSOLUTA, mas sim, a verdade limitada à revelação disponível ao autor em seu tempo.

6 – Os ímpios serão exterminados e não mais existirão

No dia em que te manifestares farás deles uma fornalha ardente. Na sua ira o Senhor os devorará, um fogo os consumirá.” (Slm 21.9)

Pois os maus serão eliminados, mas os que esperam no Senhor receberão a terra por herança. Um pouco de tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que os procure, não serão encontrados... aqueles que o Senhor abençoa receberão a terra por herança, mas os que ele amaldiçoa serão eliminados.” (Slm 37.9-10, 22)

Eliminados, do hebraico kârath, não traz a ideia de aniquilação total. Se isso fosse verdade, um sinônimo, gâzar, usado para falar sobre Jesus em Isaías 53, também seria verdade. Jesus teria sido então, aniquilado. Além do mais, um vivo pode ser “eliminado” quando morre, pois deixa de existir “entre os vivos”, porém, não há indícios de que o ser em questão seja extinto, ou aniquilado. Novamente, Davi fala da perspectiva de justiça que ele tinha, e não daquela que seria plenamente revelada somente no NT.

7 – A alma repousa após a morte

A referência citada por Lucas (Slm 23.13) não existe. O Salmo 23 só tem 6 versículos.

8 – A alma sofre decomposição e emagrece

O Salmo 48.9 fala sobre o corpo como sendo a alma da pessoa. Não fala da parte imaterial, mas sim considera a parte material também como sendo a “alma”. Sobre a alma emagrecer, a referência Slm 106.15, não consta nas Escrituras.

9 – Os mortos não veem mais a luz

 

O Salmo 49.19 diz “ele se juntará aos seus antepassados, que nunca mais verão a luz.

Essa não é uma afirmação absoluta, porque os ímpios verão sim a luz novamente, porque ressuscitarão para a vergonha eterna (Dn 12.2). Davi ainda não sabia disso, porque sua revelação era limita. É por isso que não devemos tomar suas palavras como regra absoluta. Novamente, a interpretação do Sr. Lucas Banzoli está completamente equivocada. É isso o que aconteceu quando ele tira os versículos do contexto geral das Escrituras.

10 - Espírito significa “vida”, e não algo que sai do corpo após a morte

Quando escondes o rosto, entram em pânico; quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó.” (Slm 104.29)

A palavra ruach aqui foi traduzida por fôlego, mas isso não prova que não exista uma parte imaterial que se separa do corpo após a morte. Mateus 10.28 deixa isso bem claro.

Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.”

Eis a clara distinção entre parte material (corpo) e imaterial (alma) por ocasião da morte (separação). É interessante, e até hilário, ver os contorcionismos que os mortalistas fazem para “provar” que a alma não sobrevive sem o corpo nesse versículo.

11 - homem é um ser mortal, e não imortal

Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus eu confio, e não temerei. Que poderá fazer-me o simples mortal?” (Slm 56.4)

Voltem os ímpios ao pó, todas as nações que se esquecem de Deus!” (Slm 9.17)

Referência ao corpo (parte material), que veio do pó, material, e não à parte imaterial, que veio de Deus, que constitui o ser como um todo (razão, emoção e vontade). Os v. citados nada provam. Maiores detalhes já fora dados nas refutações dos argumentos no livro de Eclesiastes acima.

12 - O homem retorna para o pó quando morre;

que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão” (Slm 103.4)

Referência ao corpo (parte material) e não à parte imaterial. Além do mais, diz respeito não à ressurreição, mas ao livramento da morte de quem está vivo, pois a palavra traduzida por resgatar tem a conotação de livramento. Os v. citados nada provam.

Conclusão sobre Salmos: Novamente, temos aqui inúmeros versículos tirados de contexto, alguns até com interpretações forçadas para tentar provar um ponto de vista. Além do mais, a interpretação feita por Lucas Banzoli de tais versículos não considera a limitação da revelação acerca do pós-morte às pessoas do AT.

O próximo livro a ser visto será o livro de Gênesis.

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

11

Fôlego de vida é a mesma coisa que espírito

Gênesis 2:7

44

Sheol não é uma “morada de espíritos”, mas sim uma figura da sepultura

Gênesis 37:35

56

O homem tornou-se (não “obteve”) uma alma

Gênesis 2:7

57

Não existe alma sem sangue

Gênesis: 9:4,5

59

A estrutura dos homens é puramente o pó

Gênesis 18:27

60

Apenas os vivos possuem o “espírito de vida”

Gênesis 7:15

67

A morte do corpo é a morte da alma

Gênesis 37:21;

78

Os animais também são denominados de “almas viventes”

Gênesis 1:20,21,24,30; 2:19; 9:10,12,15,16

79

O homem não comeu da árvore da vida para ser imortal vivendo eternamente

Gênesis 3:24

80

A presença da “árvore da vida” no jardim do Éden indica que a imortalidade era condicional à participação do fruto de tal árvore

Gênesis 2:9

81

O conhecimento do bem e do mal foi adquirido ao comerem da árvore da ciência do bem e do mal; mas a imortalidade não foi adquirida pois o homem não comeu da árvore da vida

Gênesis 2:22,23

82

No relato da Criação de Gênesis 1 e 2 nada é dito de Deus ter formado dentro do homem uma “alma”ou “espírito” imortal

Nada mesmo

83

Os animais também possuem espírito-ruach

Gn.6:17; Gn.7:21,22; Gn.7:15.

84

O homem certamente morreria (Heb.: Morrendo, morrerás)

Gênesis 2:7

85

A mentira da serpente [Satanás] é a base da doutrina imortalista: “Certamente que não morrerás”

Gênesis 3:4

Conclusões:

  1. Fôlego de vida é o mesmo que Espírito, e apenas os vivos o possuem, incluindo os animais;

  2. Sheol é uma figura da sepultura;

  3. O homem tornou-se alma, mas não a obteve, e nada é dito sobre a alma ou espírito ter sido formado dentro do homem;

  4. Não existe alma sem sangue;

  5. A estrutura dos homens é puramente pó;

  6. A morte do corpo é a morte da alma;

  7. Os animais também são ‘alma vivente’;

  8. A árvore da vida é o que dava imortalidade a Adão;

  9. O homem não comeu da árvore da vida, portanto, não adquiriu imortalidade;

  10. O homem certamente morreria;

  11. A mentira da serpente é a base da doutrina da imortalidade da alma.

Agora, vejamos, passo a passo, essas conclusões tendenciosas e errôneas.

1 - Fôlego de vida é o mesmo que Espírito, e apenas os vivos o possuem, incluindo os animais.

Essa conclusão traz implicações teológicas desastrosas. Aqui, devemos fazer uma pergunta ao Sr. Lucas Banzoli: Fôlego da vida SEMPRE significa espírito e espírito SEMPRE significa fôlego de vida?

Caso a resposta seja afirmativa, temos um sério problema, principalmente em relação a Deus, pois Ele é Espírito (Jo 4.24). E o que dizer do Espírito Santo (Fôlego Santo?) ou dos seres espirituais? Seriam eles todos “fôlegos” de vida? É óbvio que existe tanto o espírito quanto o fôlego de vida. A palavra ruach pode ser traduzida por qualquer uma das duas definições, mas é o contexto que definirá seu sentido verdadeiro. Vejamos:

Se fosse intenção dele, e de fato retirasse o seu espírito e o seu sopro, a humanidade pereceria toda de uma vez, e o homem voltaria ao pó.” (Jó 34.14-15)

Aqui vemos claramente que quando é feito o uso de espírito e fôlego (sopro) no mesmo versículo, é feito o uso de ruach (espírito) e neshamah (fôlego), que curiosamente, é a palavra usada em Gn 2.7:

Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.”

Deus soprou em suas narinas o neshamah, e não o ruach, portanto, quando Lucas afirma que os animais também possuem o “espírito” como se ele fosse o fôlego de vida, ele só mostra que a confusão está armada em sua mente.

2 – O sheol é uma figura da sepultura

Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele recusou ser consolado, dizendo: "Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho". E continuou a chorar por ele.” (Gn 37.35

Não podemos tomar as palavras de Jacó e de seu conhecimento como sendo absolutas. Ele já conhecia os 10 Mandamentos? Ele conhecia a vida eterna? Não, não conhecia, porque sua revelação era limitada e nem chegava perto do que ainda seria revelada nos milênios subsequentes. Portanto, a figura do sheol como o povo a entendia, foi sendo alterada à medida que a revelação sobre os eventos escatológicos foi sendo revelada pelos profetas e por Jesus no NT.

3 - O homem tornou-se alma, mas não a obteve, e nada é dito sobre a alma ou espírito ter sido formado dentro do homem.

É fato que em Gn 2.7 lemos que o homem “tornou-se alma vivente” após Deus soprar em suas narinas o fôlego da vida (neshamah). No entanto, como já dissemos por repetidas vezes, existe sim um elemento que distingue o homem dos animais, que é a parte imaterial (razão, emoção, vontade). No relato da criação não fica explícito que essa parte imaterial foi criada dentro do homem, porém, devemos admitir que ela existe. Prova disso é vermos como raciocinamos, temos sentimentos e vontade própria, ao contrário dos animais, que agem por instinto. Isso ainda sem mencionar o fato de nos relacionarmos com Deus. Ele nos fez assim, à Sua imagem e semelhança, para que pudéssemos compreender Sua existência e nos relacionarmos com Ele como pessoas (filhos) e não como simples criação. O fato de Adão falar, pensar e ter vontade própria já é mais do que suficiente para provar que havia algo nele que Deus não colocou em nenhuma outra criatura Sua.

O argumento de que “se nada foi dito nas Escrituras, então isso não existe” não pode ser utilizado, porque senão, teremos sérios problemas. A palavra Trindade também não aparece nas Escrituras, embora, existam elementos que apontam para essa realidade.

4 – Não existe alma sem sangue.

Uma das possíveis traduções para alma é quando ela se refere à pessoa como um ser vivo, mas esse sentido deve ser determinado pelo contexto. Vejamos o versículo usado por Lucas para justificar seu ponto de vista.

Mas não comam carne com sangue, que é vida. A todo que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo.” (Gn 9.4-5)

A palavra nephesh, às vezes no AT traduzida por “alma” aqui é traduzida por “vida”. Aqui, o versículo está literalmente dizendo que o sangue é nephesh. Mas, notemos que existe uma grande diferença entre a vida de um animal e a vida do homem.

É fato que Lv 17.11 também nos diz que “a vida da carne é o sangue”, mas notemos que é dito que a vida “da carne” está no sangue, e não a vida do homem como uma pessoa (razão, emoção, vontade – parte imaterial, ou seja, o espírito). Uma pessoa que não possua um espírito para conceder a ela vida, não passa de um animal, sem razão, intelecto, emoção ou vontade. Será simplesmente um corpo vivo, e não é esta a VIDA que Deus designou para o homem, criado à Sua imagem e semelhança. Deus é uma pessoa, mas não possui corpo, pois é Espírito (Jo 4.24). Se a vida, razão, emoção e vontade dependessem do corpo, Deus não existiria, e os animais seriam todos, de certa forma, como nós, pois possuem corpo também.

Para ilustrar... um boi é vivo, pois tem sangue em sua carne, porém ele não é VIVO no sentido de desfrutar da vida que Deus designou para o homem, sendo à Sua imagem e semelhança. Façamos o favor de não nos assemelharmos a um animal que vive por viver, e agradecer a Deus pelo fato de Ele ter nos criado para que pudéssemos nos relacionar com Ele e espelhar a Sua imagem através de nossas ações!

É interessante notar que a perspectiva de Lucas Banzoli não passa de mero materialismo, onde não existe elemento imaterial, espiritual, à parte do corpo físico. Tudo se limita à carne! Mas bem sabemos, e percebemos que somos bem diferentes dos animais. Mais uma vez, volto ao argumento de que existe uma diferença de milênios entre Gênesis e o NT, e a revelação progressiva acerca da realidade pós-morte do homem ganhou um novo significado após todo esse tempo.

5 – A estrutura dos homens é puramente pó.

O corpo do homem é constituído de matéria orgânica (basicamente carbono), minerais e alguns outros elementos. Assim é também com a terra, que é orgânica e composta dos mesmos elementos. A realidade é que a estrutura física (corpo) do homem é formado por átomos e elementos químicos. Trata-se unicamente da parte material do homem. Essa argumentação do Sr. Lucas Banzoli nada prova que não exista uma parte imaterial no homem, que seja responsável pela razão, emoção e vontade e comunicação espiritual com Deus, ou prova?

Alguns podem argumentar que o cérebro é responsável por essas características, mas há de se duvidar que não exista consciência à parte do cérebro. Se considerarmos que isso é impossível, o que fazemos com Deus, que não tem corpo, nem cérebro? Ora, Ele deixa de existir. Como ele pode ter projetado todo o universo se não tem cérebro para pensar? Eu acredito que o cérebro está muito mais relacionado com os comandos que são dados ao corpo do que propriamente a fonte dos pensamentos, emoções e vontades. O cérebro manda sinais que produzem uma resposta do corpo, e recebe estímulos que nos capacitam a desfrutarmos das sensações que o nosso corpo sente. Porém, como eu disse, Deus não tem cérebro, mas pensa. Ele se entristece, ama, etc.., mas não tem corpo. Como explicar isso sem admitir que essas coisas são possíveis à parte do corpo?

6 – A morte do corpo é a morte da alma

Lucas Banzoli cita Gn 37.21 para dar base a essa interpretação.

Quando Rúben ouviu isso, tentou livrá-lo das mãos deles, dizendo: "Não lhe tiremos a vida!”

A palavra nephesh, acima, é traduzida por vida. Em outros contextos, também pode ser traduzida por alma. O uso da palavra nephesh nesse versículo não prova que a alma morre junto com o corpo. Pelo contrário, Mt 10.28 nos mostra que após a morte do corpo, a alma ainda sobrevive.

O que acontece aqui é que Lucas Banzoli faz uma confusão acerca da palavra nephesh querendo dizer que todos os significados dessa palavra são sinônimos entre si (vida=alma), sem considerar os contextos para descobrir o sentido correto da palavra.

Por exemplo, a palavra manga, pode ter vários significados no português. Se eu pedir para alguém definir a palavra “manga”, essa pessoa terá que me dar vários significados (manga de camisa, manga fruta etc...). Porém, se eu disser para ele definir manga na expressão “manga comprida”, ele jamais vai se referir à fruta, mas sim à manga da camisa. O contexto é determinante!

No versículo acima, não teria sentido a palavra nephesh ter sido traduzida por “alma”. O versículo ficaria assim:

Não lhe tiremos a alma!”

Alguém aí consegue tirar a alma de alguém? Porque será que não dizemos “ele perdeu a alma” quando alguém morre?

7 – Os animais também são alma vivente

Ver argumento # 3 acima.

8 – A árvore da vida é o que dava imortalidade a Adão

De certa maneira, podemos afirmar que a árvore da vida é o que dava vida ao CORPO de Adão, indiretamente. O texto não diz nada sobre Adão estar vivo por comer da árvore da vida. Aqui, devemos fazer algumas perguntas ao Sr. Lucas Banzoli.

Porque, depois da ressurreição, no céu, ainda existirá a árvore da vida, se o homem já não poderá mais morrer com seu corpo glorificado?

Jesus, com seu corpo glorificado, come da árvore da vida que está no céu para se manter vivo?

Então, devemos fazer algumas considerações:

  1. A árvore do conhecimento do bem e do mal simbolizava a distinção entre conhecer o bem e o mal. Adão não se tornou conhecer do bem e do mal (pecado) porque o fruto que ele comeu conferiu a ele tal conhecimento. Ele se tornou conhecedor do bem e do mal quando desobedeceu a Deus. Ele se tornou consciente do mal contido em sua desobediência, e, tendo pecado, sofreu separação espiritual de Deus. Essa condição o fez, imediatamente, perceber que algo estava errado, e passou a enxergar as coisas de uma perspectiva agora também maliciosa, percebendo que estava nu, sentindo vergonha, escondendo-se de Deus etc... Logo depois que ele desobedeceu a Deus, ele passou a conhecer o mal, porque ele sabia que algo havia saído dos trilhos;

  2. A árvore da vida, semelhantemente, simbolizava a vida. O que é a vida? É a comunhão plena com Deus; o desfrutar daquilo que Deus tem para o homem. Quando Deus disse para o homem comer da árvore da vida, Ele estava dizendo para o homem que o homem tinha acesso à vida, por meio de Deus, da obediência a Ele e da comunhão com Ele. O acesso a essa árvore simbolizava a comunhão com Deus. Em certo sentido, a verdadeira árvore da vida é o próprio Deus, que é quem concede vida, tanto física quanto espiritual, ao homem. E o fruto que o homem em comunhão com Deus colhe, são os frutos gerados por Deus nele próprio, semelhantemente à figura que Jesus usa dizendo que ele é a videira, e que nós somos os galhos (Jo 15) e os frutos do Espírito gerados em nós (Gl 5.22-23). Provérbios 11.30 nos dia que “o fruto da retidão é árvore da vida”. E esse fruto de retidão se dá somente por meio de Cristo em nós (Fp 1.11). Só temos vida e produzimos fruto estando ligados a ele. Hoje, o acesso à árvore da vida se dá por meio da comunhão com Deus por meio de Cristo, espiritualmente, que obviamente, gera em nós uma qualidade de vida física bem superior à que tínhamos andando em pecado, ou seja, morte espiritual.

Quando Deus expulsou o homem do jardim para que ele não mais comesse da árvore da vida e vivesse eternamente, Deus estava, na verdade, mostrando a Adão, que o seu pecado o havia privado da comunhão perfeita com Deus e, consequentemente, da vida que Deus havia planejado para ele. Deus não poderia continuar sendo a árvore da vida à qual Adão tinha pleno acesso, estando Adão agora numa condição pecaminosa, e em débito para com Deus. Esse acesso só seria possível por meio de Cristo, mediante o cumprimento da profecia feita pelo próprio Deus no jardim do Éden à serpente. Somente quando a barreira (o pecado) estivesse desfeito, é que o homem teria novamente pleno acesso a Deus (a árvore da vida) novamente.

Portanto, as árvores presentes no jardim serviam de símbolos da realidade entre a obediência e dependência de Deus (acesso à árvore da vida/comunhão com Deus) e a desobediência e independência de Deus (conhecimento do bem e do mal por meio de atos errados e perda de comunhão com Deus).

9 - O homem não comeu da árvore da vida, portanto, não adquiriu imortalidade.

Ver explicações acima. Porém, o texto bíblico não diz se o homem comeu ou não da árvore da vida. O texto citado por Lucas diz:

Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida.” (Gn 3.24)

Como vocês podem ver, nosso amigo Lucas tirou conclusões forçadas do texto bíblico simplesmente para “provar” seu ponto de vista.

10 – O homem certamente morreria

Isso é fato, porém, o texto completo nos diz:

mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá.” (Gn 2.17)

O versículo nos diz que “no dia” em que Adão comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ou seja, no dia em que ele desobedecesse a Deus, ele certamente morreria.

Adão morreu fisicamente séculos depois que foi expulso do jardim, mas NO DIA em que ele comeu, ele de fato morreu. Sua morte imediata foi a morte espiritual, ou seja, a separação (significado real da palavra morte) entre ele e Deus. Ele estava, dali pra frente, impossibilitado de ter um relacionamento espiritual vivo com Deus por causa de seu pecado, então, nesse sentido, Adão morreu no mesmo dia em que comeu (desobedeceu). Gn 2.17 não é uma referência à morte física, mas sim à morte espiritual, que ocorreu no mesmo instante em que ele desobedeceu a Deus.

11 – A mentira da serpente é a base da doutrina da imortalidade da alma.

Os defensores da morte da alma (parte imaterial) dizem que essa doutrina surgiu a partir da mentira contada pela serpente à Eva.

Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal.”” (Gn 3.4-5)

Após ter lido a refutação acima, vendo o que a serpente disse a Eva e o que Deus disse a Adão, vamos fazer uma comparação:

Deus disse: No dia em que você comer você certamente morrerá;

A serpente disse: Certamente não morrerão.

Adão e Eva morreram fisicamente no dia em que comeram? Não...

Então, Deus mentiu? Não...

O que aconteceu aqui é que Deus estava se referindo à morte espiritual, que, posteriormente levaria à morte física, séculos mais tarde. Naquele mesmo dia, Adão e Eva morreram espiritualmente, ou seja, foram separados de Deus por causa de seu pecado de desobediência.

O pecado gera a morte espiritual, que é a separação entre o homem e Deus. Portanto, quando Deus expulsou o homem do jardim do Éden e da condição de relacionamento íntimo com Ele, ele estava decretando a morte espiritual de Adão. Portanto, a imortalidade da alma, não foi uma mentira criada por Satanás. Na verdade, o Sr. Lucas Banzoli falha ao ver as coisas de uma perspectiva puramente física e material, em vez de espiritual.

Se a imortalidade da alma foi uma mentira criada por Satanás, então Jesus partilhou da mesma mentira ao dizer:

Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.” (Mt 10-.28)

Vemos uma clara distinção entre a morte do corpo, mas a continuação da alma após essa morte. E em relação à morte espiritual...

(...) deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.” (Ef 2.5)

Vemos que a condição do homem não redimido é de morte espiritual, ou seja, separado de Deus. A palavra traduzida por “morto” é nekros, origem de nossa palavra necrose, que significa “morte de um tecido quando ainda fazendo parte de um organismo vivo”. Vivo fisicamente, mas morto espiritualmente, assim como Adão, no dia em que ele pecou, confirmando as palavras de Deus.

Conclusão sobre Gênesis: Novamente, nenhuma prova concreta sobre a morte da alma, mas simplesmente uma confusão teológica, versículos fora de contexto, e interpretações que estão limitadas à revelação incompleta do AT.

O próximo livro a ser abordado será o livro de Jó.

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

11

Fôlego de vida é a mesma coisa que espírito

Jó 33:4; 32:8

22

A alma vai para a cova

Jó 33:18,22,28

23

Nós só veremos a Deus no tempo do fim

Jó 19:25-27

28

O único destino do homem após a morte é a sepultura

Jó 17:13

31

Até não haver mais céus, o homem não despertará e nem levantará de seu sono

Jó 14:10-12

32

O homem na morte já não existe e Deus não pode encontrá-lo

Jó 7:21

33

O homem na morte torna-se como um lago ou rio cujas águas se secaram

Jó 14:11-12

34

O homem não levanta de seu estado de inatividade até “não existirem mais céus”

Jó 14:12

43

Não existem gritos no “além” (Heb.: Sheol)

Jó 3:18

45

O “além” (Heb. “Sheol”) é um lugar de repouso

Jó 3:11,13,17; 3:18

47

O Sheol é um lugar de escuridão (e não de “fogo”, o que remeteria a luminosidade)

Jó 10:20,21

50

Todos descem para o Sheol na morte

Jó 3:11-19

51

O Sheol é o pó da terra

Jó 17:16

54

Até as ovelhas vão para o Sheol na morte

Salmos 49:14

55

O mau não está no inferno. Está “reservado” no túmulo até o dia do juízo

Jó 21:28-32

75

O homem é um ser mortal e não imortal

Jó 9:2; 10:15; 4:17

Conclusões:

  1. Fôlego de vida é o mesmo que espírito;

  2. A alma vai para a cova;

  3. Nós só veremos a Deus no tempo do fim;

  4. O único destino do homem após a morte é a sepultura;

  5. Até não haver mais céus, o homem não despertará nem levantará de seu sono;

  6. O homem não existe na morte, e Deus não pode mais encontrá-lo;

  7. Não existem gritos no além e este é um lugar de repouso e de escuridão;

  8. O sheol é o pó da terra;

  9. Os animais vão para o mesmo lugar que o homem quando morrem;

  10. O ímpio não está no inferno, mas reservado para o dia do juízo;

  11. O homem é mortal e não imortal.

Os argumentos 1, 2, 3, 4, 7, 8 e 9 estão refutados acima, nos outros livros. Não vou refutá-los novamente aqui.

Uma consideração a ser feita. O livro de Jó, provavelmente, viveu antes mesmo de Abraão. Portanto, aqui, o argumento da revelação limitada acerca da realidade espiritual e da realidade pós-morte é mais válido do que em qualquer outro lugar nas Escrituras. Vejamos como essa revelação limitada que Jó possuía em sua perspectiva nos ajuda a entender suas afirmações usadas por Lucas Banzoli para “provar” a morte da alma.

5 - Até não haver mais céus, o homem não despertará nem levantará de seu sono.

O Sr. Lucas disse que até não haver mais céus, o homem não despertará nem levantará de seu sono, o que indica que ele levantará algum dia. Vejamos agora o que Jó de fato disse:

(...) até quando os céus não existirem, os homens não acordarão e não serão despertados do seu sono”. (Jó 14.12)

Um pouco mais adiante, no livro de Jó, ele deixa claro que crê na ressurreição (Jó 19.26-27). Porém, o fato de ele não mencionar um período intermediário entre a morte a ressurreição não prova que este não existe.

6 - O homem não existe na morte, e Deus não pode mais encontrá-lo.

Argumentando com Deus, Jó diz o seguinte:

Porque não perdoas as minhas ofensas e não apagas os meus pecados? Pois logo me deitarei no pó; tu me procurarás, mas eu já não existirei.” (Jó 7.21)

Aqui, novamente vemos a limitação do conhecimento de Jó acerca do perdão de seus pecados, (inclusive dos sacrifícios substitutivos da Lei) e da expiação que se concretizaria em Cristo no NT, e também acerca de outra coisa. Jó fala de si mesmo, e não de TODOS os homens. Ele fala de sua própria perspectiva, e não da perspectiva de TODOS os homens.

Além do mais, ele está falando que Deus não encontraria seu corpo físico, pensando que ele, de fato, deixaria de existir dentre os vivos, e que os olhos de Deus não mais o encontrariam quando Ele o procurasse. Se Jó não menciona uma realidade pós-morte, isso não significa que ela não exista, dado que sua revelação e compreensão sobre essas coisas era incompleta.

10 - O ímpio não está no inferno, mas reservado para o dia do juízo.

Jó 21.28-32 nos diz simplesmente que o ímpio está na sepultura. A ideia de inferno veio a ser desenvolvida progressivamente com o NT. Veremos isso mais tarde, mas no momento, o versículo citado não prova que não exista o inferno nem que a alma não seja imortal.

11 – O homem é mortal e não imortal.

O homem é mortal porque morre fisicamente, e ponto final. Seu corpo sofre deterioração. Isso é consequência do pecado. Quando lemos que Deus não permitirá que o seu santo sofra decomposição, ou seja, morra, ou permaneça morto, notamos também que não há quem nunca peque, portanto, todos sofrem decomposição, pois a morte é o justo salário do pecado. Jesus ressuscitou porque não morreu por seus próprios pecados sendo plenamente justo em sua morte. Portanto, o homem é mortal por causa do pecado. Tanto é que quando acontecer a ressurreição, Paulo pergunta “Onde está o morte, o seu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado.” (1Cor 15.55-56). O pecado é a arma da morte, sem a qual a morte perde sua força e com a qual ela nos leva dessa vida.

Porém, nas Escrituras, morte significa separação.

Morte espiritual: separação entre o homem e Deus na esfera espiritual;

Morte física: separação entre a parte imaterial e a parte material do homem;

Morte eterna: separação eterna entre o homem e Deus.

O homem foi criado para a glória de Deus. O homem pode até morrer fisicamente, mas vemos que a morte do corpo não implica na morte da parte imaterial do homem...

Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.” (Mt 10.28)

Ou será que Jesus se enganou em afirmar que existe algo no homem que sobrevive à morte do corpo?

Conclusão sobre Jó: novamente, essas “provas” não provam nada.

Passemos para outros livros que serão considerados em conjunto: Levítico, Números, Deuteronômio e Josué. Os argumentos para Provérbios já foram refutados em Salmos.

 

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

57

Não existe alma sem sangue

Levítico 17:11

58

O corpo é a alma visível

Levítico 19:28; 21:1,11; 22:4; Números 5:2; 6:6,11; 9:6,7,10; 19:11,13

61

A alma [nephesh] pode ser totalmente destruída

Josué 10:28, 30, 32, 35, 37, 39

66

A alma é exterminada

Josué 10:28

67

A morte do corpo é a morte da alma

Números 31:19; 35:15,30; Josué 20:3,9

68

A alma-nephesh pode ser transpassada mortalmente

Deuteronômio 11:9

69

Se você matar uma alma, você pode fugir para uma cidade de refúgio

Josué 20:3

 

Conclusões

  1. Não existe alma sem sangue;

  2. O corpo é a alma visível;

  3. A alma pode ser totalmente destruída;

  4. A alma é exterminada;

  5. A morte do corpo é a morte da alma;

  6. A alma pode ser traspassada mortalmente;

  7. Se você matar uma alma você pode fugir para uma cidade de refúgio.


As conclusões 1 e 5 já foram refutadas anteriormente.

2 – O corpo é a alma visível.

Se considerarmos que a pessoa se autodenomina, ou denomina outras pessoas como sendo “almas” (ex.: esta pobre alma, referindo-se a ele mesmo), toda a confusão gerada pelo Sr. Lucas Banzoli acerca da tradução da palavra se dissolve. Vejamos:

Não entrará onde houver um cadáver. Não se tornará impuro, nem mesmo por causa do seu pai ou da sua mãe” (Lv 21.11)

Ordene aos israelitas que mandem para fora do acampamento todo aquele que tiver lepra, ou que tiver um fluxo, ou que se tornar impuro por tocar um cadáver.” (Nm 5.2)

Durante todo o período de sua separação para o Senhor, não poderá aproximar-se de um cadáver.” (Nm 6.6)

Vemos aqui que as palavras “cadáver” é nephesh em hebraico. Palavra essa que também pode ser traduzida por alma. Porém, essa mesma palavra pode ser também traduzida por apetite, fera, corpo, fôlego, criatura, morto, desejo, peixe, coração, homem, mente, mortalidade, pessoa, prazer, coisa. Ufa!

Será que podemos traduzir nephesh, em Nm 6.6, por “não poderá aproximar-se de um peixe, ou pessoa, ou fôlego”?

Já pensou se fizéssemos como o Sr. Lucas Banzoli faz, querendo atribuir à nephesh um único significa, que é corpo, e transformar isso tudo na “alma”, sem considerar o contexto? Na Bíblia muitas vezes a palavra “alma” é empregada em lugar do pronome pessoal: “Livra a minha alma da espada” quer dizer “salva-me da espada” (Sl 22.20, NTLH). Outras vezes “alma” em hebraico, quer dizer “pessoa” em português (Nm 9.13).

Confesso que o termo nephesh tem diversas traduções, porém, permanece de pé o princípio de que a parte imaterial sobrevive após a morte do corpo, segundo Mt 10.28. Não podemos considerar somente a mentalidade do AT para definir a questão.

Vejamos a definição de nosso próprio dicionário acerca da palavra alma:

s. f. 1. Princípio de vida. 2. Teol. Substância incorpórea, imaterial, invisível, criada por Deus à sua semelhança; fonte e motor de todos os atos humanos. 3. Pessoa considerada como dotada de afetos e paixões: É boa alma (= pessoa boa). 4. Artilh. Interior do cano de uma arma de fogo. 5. Pop. Assombração, fantasma, visagem. S. f. pl. Habitantes: Esta cidade tem mais de um milhão de almas.”

Aqui estamos tratando do significado # 3, pessoa.

Portanto, parafraseando a conclusão de Lucas Banzoli, o corpo é a alma visível porque transmite o que a alma é em essência, porém, a alma como sendo a parte imaterial, não é o corpo visível, porque é imaterial, e não pode ser vista. Nossas ações através de nosso corpo tornam nosso ser (imaterial) conhecido, assim como as ações de Jesus através de seu corpo tornaram a essência (imaterial) do Pai conhecida pelos homens.

Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.” (Jo 1.18)

3 e 4 – A alma pode ser totalmente destruída/exterminada.

O mesmo argumento acima vale para esses dois. Vejamos:

Naquele dia Josué tomou Maquedá. Atacou a cidade e matou o seu rei à espada e exterminou todos os que nela viviam, sem deixar sobreviventes.” (Js 10.28)

Se trocarmos “todos os que nela viviam” por “todas as almas que nelas viviam” teremos a interpretação que Lucas Banzoli quer que tenhamos. Porém, novamente, o uso de nephesh aqui deve ser entendido não como a parte imaterial, mas como o próprio corpo, ou como pessoas sendo mortas.

6 – A alma pode ser traspassada mortalmente

Em Dt 11.9, referência dada pelo Sr. Lucas, não pude encontrar tal conclusão sobre a alma. Mas o mesmo argumento dado para a conclusão 2 é válido aqui. O que pode ser traspassado é o corpo.

7 - Se você matar uma alma você pode fugir para uma cidade de refúgio.

Acho que de todos os argumentos, esse é o cúmulo. Vejamos:

para que todo aquele que matar alguém sem intenção e acidentalmente possa fugir para lá e proteger-se do vingador da vítima.” (Js 20.3)

Todo aquele que matar alguém (uma alma), pode fugir para uma cidade de refúgio. Com esse versículo isolado, sem o NT, certamente pensaremos que alma=corpo=pessoa, logo, pessoa morta=corpo morto= alma morta. Porém, novamente, Mt 10.28 coloca um fim nessa interpretação errada de mistura de termos feita por quem só quer provar seu ponto de vista.

Conclusões: Novamente, nenhuma prova contra a imortalidade da alma. Somente uma confusão sem tamanho com os vários significados do termo nephesh.

Os próximos livros serão os livros proféticos:

NUMERAÇÃO

DECLARAÇÕES RELATIVAS AO ESTADO DOS MORTOS

BASE BÍBLIA VETEROTESTAMENTÁRIA

11

Fôlego de vida é a mesma coisa que espírito

Gênesis 2:7; Jó 33:4; 32:8; Isaías 42:5

17

Os mortos não louvam ao Senhor

Isaías 38:19

25

Nós só entramos na nossa herança na ressurreição do final dos dias

Daniel 12:13

26

Os mortos não olham mais para a humanidade

Isaías 38:11

30

As referências ao “dormir” tratam-se de indivíduos, do ser racional, e não de meros corpos

Daniel 12:13

37

No dia do Juízo, o Senhor não deixará nem raiz e nem ramo dos ímpios

Malaquias 4:1

38

Neste mesmo dia, os ímpios se farão em cinzas debaixo dos pés dos justos

Malaquias 4:3

41

Os mortos não mais confiam na fidelidade de Deus

Isaías 38:18

52

O local de habitação na morte é no pó da terra

Isaías 26:19

65

A alma morre

Ezequiel 18:4,10

71

A alma sente sede

Isaías 29:8

73

A alma vai para a cova da corrupção [sepultura]

Isaías 38:17

75

O homem é um ser mortal e não imortal

Isaías 51:12


Conclusões

Para todos esses argumentos, alguns deles já refutados acima (#11, 52, 65, 71, 73, 75), eu quero levantar alguns versículos que comprovarão que a verdade contida nesses versículos citados por Lucas Banzoli é limita e não é absoluta nem completa.

Os mortos não louvam ao Senhor, nem olham mais para a humanidade, nem confiam na fidelidade de Deus...

Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamavam em alta voz: "Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Ap 6.9-10)

Daniel 12.13 diz:

Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará, e então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe”

As conclusões de Lucas acerca desse versículo foram:

  1. Nós só entramos na nossa herança na ressurreição do final dos dias

  2. As referências ao “dormir” tratam-se de indivíduos, do ser racional, e não de meros corpos.

Vejamos:

É fato que a herança final só acontecerá quando tivermos nossos corpos ressurretos e glorificados, mas o que isso prova em relação à morte da alma? A alma pode existir sem ainda receber a herança, assim como ainda existimos e estamos vivos sem ainda termos recebido a herança.

Dormir, ou descansar, não prova nada em relação à mortalidade da alma. Não devemos nos esquecer que Deus só revelou a Daniel para que ele revelasse a nós de forma escrita o que Ele quis, e se Ele não quis revelar a realidade acerca da imortalidade da alma a Daniel, que Jesus revelou em Mt 10.28, isso não prova que a alma morra.

De fato, se considerarmos somente que alma=corpo, então, a alma morre e inclusive de decompõe. Porém, Mt 10.18 põe um fim a essa ideia...

Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.”

E sobre os ímpios do dia do juízo...

Pois certamente vem o dia, ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha, e aquele dia, que está chegando, ateará fogo neles", diz o Senhor dos Exércitos. "Nem raiz nem galho algum sobrará... Depois esmagarão os ímpios, que serão como pó sob as solas dos seus pés no dia em que eu agir", diz o Senhor dos Exércitos.” (Ml 4.1,3)

Onde está a prova de que a alma morre aqui? Só porque é dito que “nem raiz, nem galho algum sobrará”? Isso é uma referência à destruição dos corpos, porém não à aniquilação do ser (imaterial). Novamente, Mt 10.28 põe um fim à história de que a alma morre junto com o corpo.

Conclusão: Novamente, nenhuma prova REAL contra a imortalidade da alma. Somente quem crê nisso vê esses versículos querendo provar seu ponto de vista, descartando a realidade de Mt 10.28.

Conclusão final sobre os argumento contra a imortalidade da alma no AT

Até agora, não vimos nenhuma prova REAL sequer, dentre as 85 “provas” que o Sr. Lucas Banzoli apresentou. Muito pelo contrário. Só conseguimos ver o quanto este homem é capaz de dissimular as Escrituras para provar seu ponto de vista. Daqui pra frente, passaremos para o NT, e garanto que essa refutação ficará ainda mais interessante! Não percam!